3 de outubro de 2011

Síndrome das Pernas Inquietas

Você sabia que existe tratamento para isso?

A síndPernas inquietadas tratamentorome das pernas inquietas (SPI), é uma síndrome sensitivo-motora caracterizada por quatro elementos que constituem seus critérios diagnósticos:

  • Presença de intensa necessidade compulsiva e irresistível de movimentar os membros afetados acompanhados de sensações sensoriais parestésicas desagradáveis nas pernas entre o tornozelo e o joelho.
  • A necessidade compulsiva e irresistível de movimentar os membros começa, ou piora, em períodos de repouso, com pacientes sentados ou deitados.
  • A necessidade compulsiva e irresistível de movimentar os membros é aliviada temporariamente por exercícios, massagens que aliviam apenas os sintomas de desconforto nos membros e não aliviam a fadiga.
  • A necessidade compulsiva e irresistível de movimentar os membros apresenta uma característica circadiana rítmica, ocorrendo no horário noturno antes de dormir geralmente depois da meia-noite.

II. Quadro clínico

O desconforto nos membros inferiores causa intensa dificuldade para adormecer e há despertares noturnos prolongados. A média de faixa etária de início dos sintomas é de quarenta anos, geralmente com sintomas leves e menos freqüentes no começo, tendo, tipicamente, um curso progressivo e crônico.

As alterações sensoriais podem ser descritas de diversas maneiras (queimação, formigamento, câimbras, comichão, pontadas). Os sintomas pioram ou ocorrem exclusivamente em repouso (deitado ou sentado) com uma clara variação circadiana na apresentação dos sintomas, piorando ao entardecer e à noite com repouso antes do período principal do sono. Privações de sono e fadiga podem agravar os sintomas.

O desenvolvimento de sintomas depressivos e desajustes sócio-familiares são comuns.

III. Epidemiologia

A prevalência é de 5 a 15% em adultos caucasianos e aumenta na terceira idade sendo a proporção de mulher/homem de 1,5/1. Existem duas formas de SPI: a primária e a secundária a outras doenças. A forma primária da SPI se apresenta sob a forma de de dois fenótipos: SPI de início precoce (antes dos 35 anos) com evolução progressiva, sintomas mais intensos e incidência familiar e sem relação com níveis baixos de ferritina. O outro fenótipo da forma primária com início mais tardio (acima dos 45 anos) sem distribuição familiar e evolução mais lenta, estabilizando-se na terceira idade.

IV. Fisiopatologia

Fatores genéticos, deficiência de ferro e alterações na neurotransmissão dopaminérgica estão relacionados à fisiopatologia da SPI primária e secundária. A SPI secundária associa-se à deficiência de ferro como, por exemplo, na gravidez, insuficiência renal terminal, após cirurgias gástricas, anemia carencial e por doações repetidas de sangue. Cerca de 25 a 30% das gestantes apresentam SPI no terceiro trimenstre da gravidez.

Deficiência leve de ferro (ferritina sérica inferior a 40mg/ml) está associada à SPI com sintomatologia mais grave, e refratária ao tratamento. O ferro age como um co-fator para a enzima tirosina hidroxilase, importante na produção de dopamina na substância negra. Em alguns casos os níveis de ferro podem estar diminuídos apenas no líquor.

Retirada de Benzadiazepínicos e opióides, uso de anti-histamínicos sedativos, antidepressivos, metoclopramida, lítio, além do abuso de cafeína estão associados à SPI.

V. Diagnóstico

O diagnóstico é essencialmente clínico. A presença dos quatro itens anteriormente descritos são os requisitos para o preenchimento dos critérios diagnósticos de acordo com a Classificação Internacional dos Transtornos do Sono de 2005.

VI. Tratamento

TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO:

  • Evitar privação do sono;
  • Evitar cafeína, tabaco, álcool, e estimulantes do SNC;
  • Retirar se possível antidepressivos e bloqueadores da neurotransmissão dopaminérgica do sistema límbico;
  • Exercícios físicos moderados e regulares;
  • Massagens e banhos quentes.

TRATAMENTO MEDICAMENTOSO:

  • Agentes dopaminérgicos: carbidopa /levodopa. São as drogas mais estudadas e as que mostram melhores resultados, sendo atualmente a droga de primeira escolha.
  • Benzodiazepínicos: Melhora dos sintomas, porém não tão eficazes como os agentes dopaminérgicos; usados em pacientes com formas leves de SPI.
  • Opióides;
  • Anticonvulsivantes;
  • Ferro: Apenas em pacientes com níveis séricos baixo.

Fonte: MedPortal

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