11 de janeiro de 2012

Diário de um cinquentão na academia

 

Aca­bei de com­ple­tar 50 anos. Minha mulher resol­veu me pre­sen­tar com uma semana de trei­na­mento físico numa boa aca­de­mia. Estou em exce­lente forma, mas achei boa idéia dimi­nuir minha ‘bar­ri­gui­nha’. Fiz a reserva com a “per­so­nal trai­ner” Cida, ins­tru­tora de Aeró­bica e modelo. Ela me pediu pra levar um diá­rio e docu­men­tar meu pro­gresso, que vem a seguir:

Segunda:
Com muita difi­cul­dade levantei-me às 6 da manhã. O esforço valeu a pena. Cida pare­cia uma deusa grega: loira, olhos azuis, grande sor­riso, lábios car­nu­dos e corpo escul­tu­ral. Ini­ci­al­mente, Cida me fez um tour, mos­trando os apa­re­lhos. Come­cei pela bici­cleta. Ela me tomou o pulso, depois de 5 minu­tos e se alar­mou, pois estava muito ace­le­rado. Não era a bici­cleta mas ela, ves­tida com uma malha de lycra cola­di­nha. Des­fru­tei do exer­cí­cio. Ela me motiva muito, ape­sar da dor na bar­riga, de tanto encolhê-la, toda vez que ela pas­sava perto de mim.

Terça:
Tomei café e fui para a aca­de­mia. Cida estava mais linda que nunca. Come­cei a levan­tar uma barra de metal. Logo ela se atre­veu a por mais pesos!
Minhas per­nas esta­vam debi­li­ta­das, mas con­se­gui com­ple­tar UM QUILÔMETRO. O sor­riso arre­ba­ta­dor que Cida deu me con­ven­ceu de que todo exer­cí­cio valeu a pena…era uma nova vida para mim.

Quarta:
A única forma como con­se­gui esco­var os den­tes, foi colo­cando a escova sobre a pia e movendo a cabeça para os lados. Diri­gir tam­bém não foi fácil: esti­car os bra­ços para mudar as mar­chas era um esforço digno de Hér­cu­les, doía o peito e minhas pan­tur­ri­lhas ardiam toda vez que pisava na embre­a­gem. Fisi­ca­mente impos­si­bi­li­tado, achei justo esta­ci­o­nar meu carro na vaga para defi­ci­en­tes físicos…Cida hoje estava com a voz um pouco aguda a essas horas da manhã e quando gri­tava me inco­mo­dava muito. Meu corpo doeu inteiro quando ela me colo­cou uma cinta para fazer esca­lada. Por que alguém inventa um treco para se esca­lar quando há tem­pos já inven­ta­ram os
ele­va­do­res? Cida me disse que isso me aju­da­ria a ficar em forma e des­fru­tar a vida…ou alguma outra des­sas mer­das de incen­ti­vos.

Quinta:
Che­guei meia hora atra­sado: foi o tempo que demo­rei para colo­car os
sapa­tos. Cida estava me espe­rando com seus odi­o­sos den­tes de vam­piro escroto. A des­gra­çada me colo­cou para tra­ba­lhar com os pesos. Quando se dis­traiu, saí cor­rendo e me escondi no banheiro. Man­dou um outro trei­na­dor FDP me bus­car e, como cas­tigo, me pôs a tra­ba­lhar na máquina de remar…me fer­rei!

Sexta:
Odeio a des­gra­çada da Cida. Estú­pida, magra, anê­mica, chata e femi­nista sem cére­bro! Se hou­vesse uma parte do meu corpo que pudesse se mover sem uma dor angus­ti­ante, eu par­ti­ria no meio a vaca que pariu essa des­gra­çada xexe­lenta. Cida quis que eu tra­ba­lhasse meus tríceps…EU NEM SEI O QUE É ESSA PORCARIA DESSE TRÍCEPS, CARAMBA!!! E se não bas­tasse me colo­car um peso para que o rom­pesse, me colo­cou aque­las dro­gas de barras…A bici­cleta me fez des­maiar e acor­dei na cama de uma nutri­ci­o­nista, outra idi­ota com cara de mau amada que me deu uma cate­quese de ali­men­ta­ção sau­dá­vel, claro.

Sábado:
A laza­renta da Cida me dei­xou uma men­sa­gem no celu­lar com sua vozi­nha infer­nal, perguntando-me por que eu não fui. Só com a vozi­nha me deu von­tade de que­brar o celu­lar, porém como não tinha força sufi­ci­ente para levantá-lo, desisti…Adoraria pas­sar o dia vendo TV jogado na cama, mas quem disse que con­se­guia aper­tar os botões do con­trole remoto.

Domingo:
Pedi ao vizi­nho para ir à missa por mim agra­de­cer ao bom Deus por essa semana que ter­mi­nou. Tam­bém rezei para que o ano que vem minha mulher me pre­sen­teie com algo um pouco mais diver­tido, como um tra­ta­mento den­tá­rio de canal, um cate­te­rismo ou até mesmo um exame de próstata.

 

Só para descontrair sua semana rs

Bom dia a todos!

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